19 de fevereiro de 2015

Caminho do mar

Mais uma tarde sombria e cinzenta
Densas trevas, caminho do mar
Tempestade, açoite, tormenta
O ruído da noite não deixa sonhar

Pesada cortina cobre o luar
A mais de mil gerações
Lancinante angústia na sombra da morte
Nas praias distantes, tristonhas do norte
Sobre os ombros das multidões
Com a alma sofrida vazia a vagar
E o corpo atado à grilhões

Mas eis que uma centelha de luz
Decide habitar o breu
Deixando, sozinha, sua casa, seu lar
Desce confiante o caminho do mar
Pra buscar todo aquele que é seu
Levando consigo no ombro uma cruz
Sabe bem onde se meteu

E segue o caminho estreito do amor
Pela porta pequena e discreta
A tocar e curar toda dor
Pra cumprir o que disse o profeta

Zebulom é o morro
Naftali a mansão
E o coração de cada um
É Cafarnaum


[tuco egg]

Se já é assombroso que o judeu que ficou conhecido como Messias por meio mundo tenha abandonado a Eternidade para viver entre nós, quanto mais que tenha ainda, como se já não bastasse, abandonado o conforto e segurança do seu lar para voluntariamente habitar, viver, morar no lugar que era conhecido, já há muito tempo, como 'terra da sombra e da morte'. Cafarnaum, a Galiléia dos gentios, era o lugar mais 'perdido' de Israel, no sentido religioso e em muitos outros, do ponto de vista de qualquer judeu. Jesus sabia disso muito bem e mudou-se para lá. "Basta ao discípulo ser como o mestre", foi o que disse, comprometendo-nos a todos, o carpinteiro de Nazaré. Ai de mim.

"Terra de Zebulom e terra de Naftali, caminho do mar, além do Jordão, Galiléia dos gentios; o povo que vivia nas trevas viu uma grande luz; sobre os que viviam na terra da sombra da morte raiou uma luz". João 4.15,16

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